O Abrigo dos Pobres em Bom Jesus da Lapa é um lugar que recomendamos que você conhecer ao explorar o turismo religioso na cidade.
No lugar você pode conhecer muitos idosos que tem muita história para contar sobre a cidade e sobre eles mesmos.
É um lugar acolhedor, aconchegante e que ameniza a dor de quem foi abandonado ou não tinha lugar para morar.
O Abrigo dos Pobres em Bom Jesus da Lapa nos remete a uma série de reflexões… O ser humano vive em uma constante busca por felicidade e de uns anos pra cá, em busca de bens materiais, pois parece que são eles que dão felicidade, pelo menos é isso que nos vendem todos os dias.
Nessa busca acirrada, para-se para pensar no amanhã? Para-se para pensar em cultivar coisas boas e amizades e convivência familiar?
Muitas vezes nos fechamos para essas coisas simples e esquecemos que o tempo corre e que mais adiante estaremos à margem dos cuidados de alguém.
Ou esquecemos que, a felicidade pode estar hoje, em estender uma mão amiga a quem precisa, em não esquecer de quem já passou boa parte da vida cuidando de nós – ou nos ajudando e presente em nossa vida de alguma forma.
O que virá a seguir mostra o porquê de refletirmos sobre tudo isso.
Abrigo dos Pobres em Bom Jesus da Lapa
O Abrigo dos Pobres tem uma história emocionante e bonita. Foi idealizado pelo Monge Francisco de Mendonça Mar, que na época pediu ao Rei de Portugal um hospital ou enfermaria para que pudesse cuidar dos romeiros que vinham até as imagens do Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade, pedindo cura.
Houve um projeto mas não foi aprovado em função de dificuldades de ordem administrativa.
Quando a administração foi entregue ao Monsenhor Tobias Coutinho, este se comprometeu a construir e manter um local que abrigaria os romeiros doentes e os pobres, e que também educaria as crianças carentes do município.
A construção começou em 1895 e em agosto do mesmo ano, quando o povo saiu de procissão à Gruta do Bom Jesus, levando a cruz Paroquial, carregou a pedra fundamental do abrigo, retirada do interior da gruta – e o que aconteceu depois, é, no mínimo, emocionante: o povo em procissão junto com os romeiros, começou a levar pedras retiradas do morro, para que o abrigo fosse construído.
Construída em pedra e cal, a obra foi entregue no ano de 1938, pelo padre Monsenhor Turíbio Vilanova. Começavam então os trabalhos no Abrigo dos Pobres de Bom Jesus da Lapa.
O abrigo contava na época com 15 leitos e duas enfermarias, além de todos os materiais necessários para os tratamentos.
Em 1946, o abrigo foi entregue aos cuidados das Irmãs Vicentinas, com quem permanece até hoje.
A atual situação do Abrigo dos Pobres
Há atualmente mais de 50 pessoas, de 60 a 98 anos, morando no Abrigo dos Pobres. Em sua maioria são pessoas que foram deixadas (abandonadas) lá pelas famílias, que, não raro, nunca mais voltam para vê-los.
Segundo informações, as queixas mais comuns dos abrigados são exatamente a falta que sentem de casa e o fato de não ter o carinho de pessoas da família.
Mas isso não significa que eles não saibam o que é ter carinho, pois no abrigo são muito bem cuidados e têm momentos de lazer, recebem cuidados com a saúde e participam das rotinas do Abrigo dos Pobres, como ajudar com as tarefas domésticas, cuidar da horta e outras atividades.
Muitos deles veem de famílias bem estruturadas financeiramente, ou que já foram, mas são casos em que a família não se importou em retribuir tudo o que a pessoa fez durante a sua vida.
Mas no Abrigo dos Pobres eles recebem atenção e carinho, como de parte da Dra. Amenaide e também da Dra. Clara Eliza (que a substitui em sua ausência), que são médicas e que todas as terças-feiras e quintas-feiras vão até o abrigo e os examina, um a um, passando a medicação necessária, caso precise.
Mesmo assim, sabe-se que manter um espaço desses não é fácil financeiramente, e o abrigo tem suas necessidades, como os medicamentos, por exemplo, que segundo as irmãs, são comprados com bastante sacrifício, mas ressaltam que há muita solidariedade por parte do grupo de pessoas que lá trabalha e que têm uma luta diária para manter o abrigo funcionando bem e sem que nada falte aos seus moradores.
Segundo uma irmã do abrigo, os grandes responsáveis pela ajuda que o Abrigo dos Pobres recebe são de pessoas da própria cidade, de romeiros caridosos que também levam alguma ajuda, e ainda pela contribuição de alguns velhinhos que fazem produtos artesanais para que sejam vendidos aos visitantes.
Fotos do Abrigo dos Pobres
Nessas fotos mostramos uma senhora de alcunha “Maria Fedor“, que morou muito tempo numa gruta que ela denominou “loca“, e que hoje mora no Abrigo dos Pobres.
Essa gruta ainda existe e, posteriormente à sua saída, transformou-se numa espécie de vestiário quando acontecia apresentações no Espaço Cultural.
Na tal “loca” nada funciona hoje, mas você pode encontrá-la, a título de curiosidade, ao lado direito do palco do Espaço Cultural.
Abaixo segue duas fotos, sendo uma do espaço cultural e outra da “loca”. É só clicar na imagem para ampliá-la.
Fica uma pergunta: O que cada um de nós pode fazer? E duas respostas: Ajudar compartilhando a existência do local, para que chegue ao poder público (não que não saibam, mas devem ser lembrados sempre) e a pessoas que pode, de um jeito ou de outro ajudar e ajudar diretamente o abrigo, através de doações – informações abaixo:
Funcionários do Abrigo dos Pobres
Fones: 77 3481-2246 / 77 8824 0527
Para Doações:
Banco do Brasil – Agência 0744-7 – Conta: 30617-7
Não espere por líderes; faça você mesmo sozinho, pessoa por pessoa.”
Madre Teresa de Calcutá
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