Protegida pela fé e movida à religiosidade de seus visitantes, Bom Jesus da Lapa também conta com uma atração a mais disponível aos turistas, a culinária de Bom Jesus da Lapa, um verdadeiro caldeirão de sabores.
São inúmeras as delícias da terra, resultantes, em parte, de um legado histórico cujos principais colaboradores foram os antigos africanos, portugueses e indígenas que passaram pelo território baiano e deixaram um pouquinho do seu jeito de cozinhar e experimentar o mundo.
O Turismo e a Gastronomia não se separam. Não tem como imaginar uma viagem sem pensar em outros itens, como a alimentação para curta ou longa permanência, onde o visitante não pode abster-se dela, e, desta forma, a culinária de Bom Jesus da Lapa oferece um prato cheio para quem chega.
SUMÁRIO
Evolução da Culinária de Bom Jesus da Lapa
O turismo religioso hoje é uma realidade em Bom Jesus da Lapa. Ao longo dos 323 anos de romarias, o município foi se transformando, e a cada ano surgem novas opções em hotelaria e principalmente de bares e restaurantes.
Os pratos típicos da região são cada vez mais pedidos. No centro da cidade, quem procura tranquilidade e boa gastronomia na hora do almoço e jantar, pode desfrutar de vários pratos e se deliciar com a culinária de Bom Jesus da Lapa.
Moqueca de surubim, peixe frito, pirão de peixe, carne de sol, beiju (tapioca) e galinha caipira são algumas das estrelas do cardápio. A gente sabe que todos os caminhos levam à Igreja de Pedra e Luz, mas pare um pouquinho para recompor as energias e degustar os maravilhosos pratos que compõem a gastronomia da cidade.
Aqui o peixe é rei
Um dos locais mais visitados pelos turistas e romeiros é a Barrinha e lá, além de tomar banho no Rio São Francisco e fazer um passeio de lancha, é possível provar a melhor moqueca de peixe de Bom Jesus da Lapa.
A culinária que abrange o peixe, aliás, está em praticamente todos os lugares da cidade, desde o restaurante mais sofisticado até o barzinho, pois na culinária de Bom Jesus da Lapa o peixe é rei!
Antigamente, era o principal prato consumido pelos romeiros, ou melhor, vir à romaria de Bom Jesus da Lapa e não consumir o peixe era como visitar o Santuário e não subir o Morro, não era considerado uma visita à Lapa.
Seja de peixe mesmo ou de frutos do mar, como mariscos e camarões, temperada com leite de coco, tomates, cebolas, pimentões, coentro, acompanhada de azeite de dendê e pimenta ou não: o sabor e o aroma de uma moqueca é único e inconfundível.
O livro “Cozinhando História” revela que na língua tupi, “moquém” tem o significado de secar ou tostar a carne. Conta-se que, na técnica idealizada pelos índios, o costume era assar a carne embrulhada em folhas, embaixo ou em cima da brasa, ou cozinhá-la em seu próprio suco. Como os índios não usavam sal, eles temperavam carnes e peixes com ervas e pimenta.
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Moqueca na panela de barro e pirão
Ao costume africano, foram adicionados leite de coco e o azeite de dendê – foi assim que nasceu a moqueca feita em panela de barro, que, devido à concentração de calor, termina de cozinhar lentamente, ainda na mesa.
Já os portugueses tinham a tradição de comer o peixe em forma de ensopado, sem o azeite de dendê – o prato é encontrado com esse formato até hoje, sendo bastante requisitado.
Os hábitos portugueses foram modificados pelo acréscimo de ingredientes da culinária africana e técnicas indígenas. Outra composição que deu certo foi o preparo do pirão, feito com farinha de mandioca, aproveitando o próprio caldo da moqueca de peixe.
É assim: uma porção de farinha, um bom caldo quente e uma mão habilidosa e logo fica pronta esta iguaria que faz tanto sucesso na casa dos brasileiros e que é um dos pratos mais procurados da culinária de Bom Jesus da Lapa.
O surubim sai na frente
Pescado direto do Velho Chico, o surubim é muito prestigiado quando se fala em gastronomia em Bom Jesus da Lapa. É utilizado principalmente no preparo da moqueca. Na verdade, nos pratos, em sua maioria o surubim é apresentado no molho, mas também pode ser consumido em rodelas, como tira-gosto. Raramente dele se faz o filé.
É a maior espécie existente no Rio São Francisco podendo alcançar até 3 m de comprimento e pesar mais de 100kg, especificamente tratando do peso corporal. As fêmeas alcançam tamanhos bem maiores que os machos.
A carne do surubim apresenta coloração clara, textura firme com sabor característicos, baixo teor de gordura e ausência de espinhas, tornando-a adequada aos mais variados usos e preparos culinários, agradando aos mais exigentes e requintados paladares.
Para o estrangeiro, o romeiro e o “cabra da peste”
Tanto o autêntico “cabra da peste”, como os peregrinos e estrangeiros que aportam na Capital Baiana da Fé, são seduzidos pelo surubim, porque é um alimento leve e ao mesmo tempo refinado.
A iguaria pode ser encontrada inclusive assada, inserida na peculiar cozinha nordestina, com ingredientes artesanais, feitos nas fazendas e roças, como é o caso da manteiga de garrafa, que é incluída no preparo de receitas várias, como pirão, purês, farofas e alguns molhos, proporcionando um gosto mais rico aos pratos.
Outro destaque da culinária de Bom Jesus da Lapa, que não pode faltar na mesa dos turistas, diz respeito à galinha caipira. Feito tradicionalmente com os temperos que lhe são típicos e rico em nutrientes, o alimento garante a disposição necessária para conhecer o grande itinerário da fé ofertado em Bom Jesus da Lapa. Sobre ela, dizem no município: é de comer, rezando!
Bar e Restaurante Sítio Nossa senhora Aparecida
Você que gosta de uma boa refeição e que fica atento as receitas da TV, pode conferir os segredos da galinha caipira ou galinha de quintal preparada no Oeste Baiano, no Bar e Restaurante Sítio Nossa senhora Aparecida.
O restaurante do Sítio Nossa Senhora Aparecida tem, segundo os romeiros, a melhor galinha caipira da região. Assim como a Barrinha, o local já é uma marca registrada na culinária de Bom Jesus da Lapa. Neste local onde funciona um bar e restaurante existe muito verde, muitas flores e muito amor, formando um ambiente familiar para os romeiros.
De acordo com a romeira Ieda Santos, que é comerciante, os turistas vão para lá almoçar e passam o dia todo com as crianças brincando. A cozinha de Dona Dedé (Valdomira), mulher de seu Santinho, está sempre movimentada. Os temperos são colhidos na horta do quintal do próprio sítio e vão fresquinhos para compor os alimentos.
Dona Dedé guarda há várias décadas o segredo que mantém a clientela fiel, crescente. Mas, revela a receita básica: onde se lava o frango em água quente, depois em água fria e se acrescenta duas colheres de óleo, uma colher de sal, uma colher de corante natural e tempero verde. E, para completar, ainda tem o pirão: com água fria e farinha, que são acrescentados em uma panela com caldo de galinha.
Enquanto a Esposa Valdomira cozinha, Santinho fica no atendimento e os clientes se sentem em casa. Segundo o dono, o local recebe gente do Brasil inteiro! O Bar e Restaurante Sítio Nossa senhora Aparecida dá um toque especial na culinária de Bom Jesus da Lapa, com comida típica, fazendo os visitantes se sentirem em casa.
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A carne de sol está em todas
Há quem prefira mais tostada e ladeada por uma capinha de gordura para ficar ainda mais suculenta. Uma farofinha de manteiga e um vinagrete sempre caem bem com ela. A famosa carne de sol também ganha outro toque especial se acompanhada de uma porção de pirão de leite, batata frita e feijão fradinho.
Na culinária de Bom Jesus da Lapa não é diferente, esse prato que conquista os mais apurados paladares, do adulto à criança, é fácil de ser degustado. Cada estabelecimento dá um perfil diferenciado ao prato, seja nos acompanhamentos ou no preparo da própria carne.
Beiju é tapioca, mas o nome não importa: só o sabor
É importante que todo turista saiba: tapioca e beiju são a mesma coisa. De origem indígena e à base de mandioca, o beiju é um dos pratos mais comuns na culinária de Bom Jesus da Lapa.
Na Lapa, se come o beiju no café da manhã, no almoço, no jantar e a qualquer hora do dia. O mais simples é feito apenas com manteiga, mas existe uma infinidade de possibilidade para o recheio. Pode ser de carne de sol, inclusive, com queijo, de camarão ou de frango, entre muitos outros. O mais conhecido, o de coco, continua tendo uma grande demanda.
Mas nem só de moqueca de peixe, peixe frito, pirão, beiju e galinha caipira vive a gastronomia lapense. Todas estas, é claro, configuram-se como uma opção imperdível, mas há várias alternativas.
Dependendo do gosto do cliente, ele terá ao seu dispor, em Bom Jesus da Lapa, pizzarias, sorveterias e lanchonetes de todo tipo, oferecendo outras variações para consumo, como doces, churrasco no espetinho, sanduíches, salgados, acarajé, crepes e massas. É de dar água na boca!
Se você gostou da nossa publicação sobre a Culinária de Bom Jesus da Lapa, não deixe de conferir nossa página especial com os Melhores Locais de Alimentação em Bom Jesus da Lapa, onde recomendamos ótimos locais para comer na cidade.
Referências: Especial Santuário na TV Aparecida Parte 1, Parte 2 e Parte 3.
Livro: “Cozinhando Histórias – receitas, histórias e mitos de pratos afro-brasileiros”, escrito por Josmara B. Fregoneze, Marlene Jesus da Costa e Nancy de Souza, com fotos de Pierre Verger.
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